O furto de tampas de bueiros e grelhas tem se intensificado em diversas cidades do Brasil nos últimos quatro anos, gerando prejuízos significativos e colocando em risco a segurança da população. A prática, enquadrada como crime e depredação do patrimônio público, onera os cofres públicos e expõe pedestres a acidentes.
Em Brasília, o problema atingiu um pico em 2022, com mais de 400 ocorrências e um prejuízo estimado em R$ 384 mil. A situação se repete no Rio de Janeiro, onde a prefeitura registrou cerca de 2 mil furtos apenas no primeiro semestre deste ano, resultando em uma perda de R$ 300 mil.
Segundo o secretário de Conservação e Serviços Públicos do Rio de Janeiro, os furtos são realizados tanto por indivíduos isolados, muitas vezes com dependência química, que vendem o material em ferros-velhos para comprar drogas, quanto por grupos organizados que utilizam motocicletas ou carros com caçambas para transportar as tampas.
Um engenheiro civil e professor da UERJ ressalta a importância de legislações mais rigorosas para o funcionamento de ferros-velhos, além de destacar os riscos associados à ausência das tampas, como a queda de pessoas em bueiros abertos. Ele sugere aumentar a segurança nas áreas mais afetadas pelos furtos e controlar a entrada de materiais nos ferros-velhos. A modernização dos materiais e um planejamento de substituição também são apontados como medidas essenciais.
Para combater o problema, algumas cidades têm optado por substituir as tampas de ferro fundido por modelos feitos de polietileno, um tipo de plástico leve e resistente, que não possui valor comercial para os receptadores. Testes realizados no Rio de Janeiro com o novo material apresentaram resultados promissores, sem registros de furtos ou danos nos locais onde foram instalados.
A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou uma licitação de R$ 4,15 milhões para a compra de novas grelhas e tampas de polietileno, com previsão de início das instalações em 2026. Além disso, a administração municipal planeja aumentar os investimentos em segurança, com a instalação de 20 mil câmeras com inteligência artificial, que auxiliarão na vigilância e identificação de comportamentos suspeitos. Outras medidas incluem o apoio à guarda armada e o aumento dos investimentos na Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio à Segurança Pública.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


