Pesquisa revela que uma em cada seis crianças brasileiras de até seis anos já foi vítima de racismo. O levantamento aponta que creches e pré-escolas são os locais onde a maior parte dos casos de discriminação racial contra essa faixa etária ocorre.
O estudo ouviu mais de duas mil pessoas, incluindo responsáveis por bebês e crianças pequenas, coletando dados através de entrevistas presenciais em locais de grande circulação.
Os resultados indicam que 16% dos responsáveis por crianças de até 6 anos relatam que elas já sofreram discriminação racial. Essa taxa é ainda maior entre famílias negras e pardas, atingindo 19%, enquanto entre crianças com responsáveis brancos, o índice é de 10%. Quando analisada a idade, 10% dos cuidadores de crianças de até 3 anos afirmam que os bebês sofreram racismo, e 21% dos que cuidam de crianças entre 4 e 6 anos relatam o mesmo.
De acordo com a pesquisa, 54% dos cuidadores afirmam que as crianças sofreram discriminação racial em unidades de educação infantil, sendo 61% na pré-escola e 38% nas creches. Espaços públicos, como ruas e parques, também foram citados por 42% dos entrevistados.
Ainda segundo o estudo, 63% dos responsáveis entrevistados acreditam que pessoas pretas e pardas são tratadas de forma diferente devido à cor da pele, tipo de cabelo e outras características físicas. Uma parcela menor, 22%, acredita que o racismo existe, mas raramente afeta crianças pequenas.
O levantamento ressalta o impacto do racismo no desenvolvimento infantil, enfatizando a importância de uma educação antirracista desde a primeira infância e a necessidade de preparar profissionais da educação para lidar com essas situações. A pesquisa destaca que as escolas devem ter protocolos para formalizar denúncias e promover a formação de todos os profissionais da instituição.
A legislação brasileira considera o racismo crime, com penas aumentadas para injúrias raciais. Vítimas de racismo são orientadas a registrar boletim de ocorrência e reunir provas da agressão.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
