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Justiça Absolve Réus por Incêndio no Ninho do Urubu; Famílias Reagem com Indignação

A Justiça do Rio de Janeiro proferiu, nesta quarta-feira (22), uma decisão que absolveu todos os sete réus envolvidos no processo referente ao incêndio ocorrido no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. O trágico evento, datado de 8 de fevereiro de 2019, resultou na morte de dez adolescentes com idades entre 14 e […]

Redação BandNews

A Justiça do Rio de Janeiro proferiu, nesta quarta-feira (22), uma decisão que absolveu todos os sete réus envolvidos no processo referente ao incêndio ocorrido no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. O trágico evento, datado de 8 de fevereiro de 2019, resultou na morte de dez adolescentes com idades entre 14 e 16 anos.

A decisão judicial fundamenta-se na ausência de provas consideradas suficientes para estabelecer a participação direta dos acusados no desencadeamento do incêndio. A sentença enfatiza que a responsabilização criminal não pode ser atribuída unicamente com base na posição hierárquica ocupada pelos réus, sendo imprescindível a apresentação de evidências concretas que demonstrem uma ação ou omissão diretamente relacionada à tragédia.

O incêndio, desencadeado por um curto-circuito no sistema de ar-condicionado de um dos quartos do alojamento dos atletas, reacendeu a dor e a indignação entre os familiares e advogados das vítimas. As audiências do caso tiveram início em 2023, marcando um período de espera ansiosa por parte das famílias por uma resolução considerada justa. A absolvição, no entanto, foi recebida com revolta.

Alba Valéria, mãe de Jorge Eduardo, um dos jovens falecidos, expressou seu profundo descontentamento em entrevista, descrevendo o sentimento ao receber a notícia da sentença: “Ficamos sabendo pelo grupo dos pais e foi muito revoltante, deu nojo de ver essa sentença, porque a gente esperava justiça. Confiamos os nossos filhos naquele lugar, levamos eles com vida para lá e recebemos eles no caixão”. Em um desabafo carregado de emoção, ela questionou: “Tem prova maior do que a morte de dez sonhos?”.

A advogada de Alba, Paula Wolf, também manifestou sua discordância com a decisão. Segundo ela, o resultado surpreendeu a equipe jurídica e reforça a sensação de impunidade que permeia o caso. “Recebemos com muita indignação e com muita surpresa essa decisão. A gente estava muito seguro de que viria uma condenação, uma resposta para essas famílias”, afirmou.

Paula enfatizou que a tragédia poderia ter sido evitada, apontando para sinais anteriores que indicavam o perigo iminente. “Foi uma tragédia anunciada. Houve sinais antes, não só pela forma precária que essas crianças estavam lá dentro. Só os fatos que ocorreram pouco antes da tragédia já anunciavam que algo ia acontecer e que essas crianças tinham que ter sido retiradas de lá”, argumentou.

O Ministério Público e as famílias das vítimas têm a possibilidade de contestar a decisão judicial, buscando uma nova análise do caso.

Fonte: bandnewstv.uol.com.br

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