Promotores de São Paulo defenderam a criação urgente de uma nacional anti-máfia, visando coordenar esforços contra o crime organizado em todo o país. A proposta, apresentada em coletiva de imprensa, enfatiza a necessidade de integrar as ações das polícias, da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo os promotores, o objetivo é fortalecer o combate às organizações criminosas, especialmente no que tange à infiltração no poder político, em negócios lícitos e nas estruturas financeiras. Foi destacado o apoio a um projeto do Ministério da Justiça e Segurança Pública que visa endurecer as penas para o crime organizado, além da necessidade de leis que agilizem a expropriação de bens de criminosos e uma proteção mais robusta para autoridades, policiais e testemunhas.
Um dos promotores presentes na coletiva classificou o PCC como a primeira máfia brasileira, devido às suas operações que demonstram tentativas de infiltração em diversas esferas da sociedade, utilizando estratégias de controle de território e intimidação. Para as autoridades, a união dos poderes é crucial para superar divergências políticas e ideológicas em prol da segurança da população.
A manifestação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ocorreu após a Operação Recon, que visou prender membros de uma facção criminosa que coletavam informações sobre promotores e autoridades, inclusive mapeando seus hábitos diários. Durante a operação, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, resultando em prisões em flagrante por tráfico de drogas e na apreensão de drogas, veículos, armas e dinheiro.
As investigações revelaram que os criminosos operavam em um esquema compartimentado, com cada integrante desempenhando uma função específica, dificultando a detecção do plano. A organização contava com informantes e executores, estes últimos parte de um grupo de elite responsável por atentados e resgates. Há suspeitas de que membros desse grupo estejam envolvidos em assassinatos de agentes penitenciários e no planejamento de ataques contra autoridades, incluindo o recente assassinato de um ex-delegado.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


