Aviões israelenses realizaram bombardeios na Faixa de Gaza nesta terça-feira (28), após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusar o Hamas de descumprir o cessar-fogo em vigor desde o início de outubro. Netanyahu ordenou ataques considerados “poderosos” contra o território palestino, alegando novas violações por parte do grupo.
Os bombardeios atingiram áreas próximas ao hospital Shifa, o maior em funcionamento no norte de Gaza. Residentes da região relataram fortes explosões, e a imprensa ligada ao Hamas confirmou as ofensivas. Até o momento, não há informações confirmadas sobre vítimas.
Embora o Exército israelense não tenha se pronunciado oficialmente sobre a operação, uma fonte militar informou que o Hamas teria atacado tropas israelenses em uma região sob controle de Israel. “Esta é mais uma violação flagrante do cessar-fogo”, declarou o oficial.
O acordo, com apoio dos Estados Unidos, entrou em vigor em 10 de outubro e interrompeu um período de intensos combates que durou dois anos. Desde então, ambos os lados se acusam de descumprimento dos termos da trégua, embora ela tenha sido mantida com relativa estabilidade até esta semana.
No sábado (25), Israel já havia reportado um ataque “direcionado” contra um militante que, segundo o governo, planejava ofensivas contra soldados israelenses em Gaza.
Netanyahu acusou o Hamas de entregar de forma inadequada os restos mortais de reféns israelenses, desrespeitando o acordo firmado entre as partes. Ele alegou que os restos mortais pertencem a Ofir Tzarfati, falecido durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, parte do corpo do qual já havia sido recuperada por tropas israelenses.
Em resposta, as Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, anunciaram que adiariam a entrega do corpo de outro refém encontrado em um túnel, alegando novas violações cometidas por Israel.
A devolução dos corpos de reféns mortos se tornou um dos principais pontos de discórdia do acordo. O Hamas afirma que ainda busca localizar os restos mortais sob os escombros dos bombardeios, enquanto Israel sustenta que o grupo possui acesso direto à maioria dos corpos. Nos últimos dias, a busca se intensificou com o apoio de equipes egípcias, utilizando máquinas pesadas em Khan Younis e Nuseirat.
A imprensa israelense também relatou trocas de tiros entre forças de Israel e combatentes do Hamas na cidade de Rafah, no sul de Gaza. O Exército israelense não confirmou o episódio. O Hamas nega qualquer rompimento do cessar-fogo e acusa Netanyahu de buscar pretextos para descumprir obrigações previstas no acordo.
Segundo autoridades de saúde de Gaza, mais de 68 mil pessoas morreram desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br
