Em uma sessão na noite de terça-feira (28), o Senado dos Estados Unidos aprovou uma resolução que visa anular as tarifas adicionais de 40% impostas sobre produtos provenientes do Brasil. A medida, com o apoio de 52 senadores, busca reverter as políticas tarifárias implementadas durante o governo anterior e agora segue para votação na Câmara dos Representantes.
A resolução tem como objetivo revogar as tarifas estabelecidas sob a Lei de Poderes de Emergência Econômica Internacional (IEEPA). Essa legislação foi utilizada como base para justificar as taxas, sob a alegação de uma emergência econômica envolvendo o Brasil, um argumento que os proponentes da anulação consideram sem fundamento.
Durante o debate, o senador Tim Kaine, um dos autores do projeto, enfatizou que as tarifas resultaram em um aumento nos preços de produtos para os consumidores nos EUA. Ele mencionou o café brasileiro como um dos itens mais afetados, com um aumento significativo em seu custo desde a implementação das medidas. Kaine defendeu a anulação como um meio de atenuar o impacto econômico sobre os cidadãos americanos.
Além de Kaine, a proposta recebeu o apoio de outros senadores, incluindo Jeanne Shaheen, Ron Wyden, Chuck Schumer e Rand Paul. Schumer, líder da minoria democrata, descreveu o projeto como uma tentativa de “restaurar a racionalidade” na política comercial dos EUA.
Os autores argumentam que não há emergência econômica com o Brasil que justifique as tarifas. Eles afirmam que a balança comercial entre os dois países é favorável aos Estados Unidos, o que contradiz a justificativa original para as tarifas.
A resolução também busca revogar o estado de emergência nacional declarado em julho. Essa medida foi uma resposta a um processo do governo brasileiro contra o governo anterior por alegada interferência política, o que resultou no aumento das tarifas sobre produtos como petróleo, café e suco de laranja.
Segundo o senador Kaine, essa iniciativa faz parte de um esforço para reavaliar as políticas comerciais americanas. Ele planeja apresentar resoluções semelhantes para tarifas sobre outros países, incluindo o Canadá, demonstrando insatisfação com a atual política econômica externa.
Apesar da aprovação no Senado, a resolução enfrenta obstáculos na Câmara dos Representantes, que possui maioria republicana e novas regras internas que podem impedir o avanço de propostas consideradas contrárias às diretrizes do partido. As chances de aprovação final são consideradas incertas.
Kaine reconheceu as dificuldades, mas enfatizou que o objetivo imediato é simbólico, visando estimular um debate nacional sobre os impactos econômicos negativos das tarifas e pressionar o governo a reavaliar a estratégia comercial com o Brasil e outros parceiros.
A aprovação pela Câmara é necessária para que o projeto siga para sanção presidencial. Se aprovado, representará uma mudança significativa na política tarifária dos EUA em relação ao Brasil, encerrando uma disputa comercial que tem afetado as relações bilaterais desde o início do mandato anterior.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br
				

								
