Seis governadores se reuniram no Rio de Janeiro nesta quinta-feira para anunciar a criação do Consórcio da Paz, uma iniciativa focada no combate ao crime organizado. O anúncio, feito no Palácio Guanabara, foi liderado pelo governador fluminense, Cláudio Castro, que descreveu a ação como um marco para a segurança pública interestadual.
O encontro ocorreu logo após uma megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro agentes. A operação reacendeu debates sobre a segurança pública e a atuação das forças de segurança.
Participaram da reunião os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema; Santa Catarina, Jorginho Mello; Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel; Goiás, Ronaldo Caiado; e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, acompanhou o encontro virtualmente.
Cláudio Castro explicou que o consórcio seguirá modelos já existentes, compartilhando experiências e soluções no combate ao crime. O objetivo é criar um canal permanente de cooperação entre as forças de segurança estaduais.
O governador do Rio destacou que ações coordenadas de inteligência e resposta rápida serão prioritárias, permitindo o deslocamento imediato de equipes entre os estados, sem a necessidade de autorizações prévias.
Castro também mencionou a pressão sobre o governo estadual após a recente operação e a necessidade de restaurar a normalidade. Ele garantiu transparência e acompanhamento de órgãos de fiscalização durante a operação, anunciando ainda reuniões para esclarecer os fatos.
Jorginho Mello, governador de Santa Catarina, detalhou que o consórcio permitirá troca de informações, empréstimo de equipamentos e cooperação operacional. O grupo buscará também reduzir custos com compras conjuntas de equipamentos e armamentos.
Romeu Zema, de Minas Gerais, defendeu que a recente operação policial deve ser vista como “bem-sucedida, e não apenas letal”. Ele criticou a falta de reconhecimento das organizações criminosas como terroristas pelo governo federal, argumentando que elas controlam territórios e aterrorizam a população.
Ronaldo Caiado, governador de Goiás, criticou a proposta federal de segurança, afirmando que o consórcio tem como objetivo a integração real das forças estaduais. Ele citou um exemplo de cooperação entre estados em um sequestro no Mato Grosso, demonstrando a eficiência da ação conjunta.
O Consórcio da Paz ainda não tem data para começar a funcionar, com uma nova reunião programada para definir detalhes de operação e adesão. Cláudio Castro expressou otimismo, acreditando que a iniciativa representa uma oportunidade para mudar a segurança pública no país.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br
