A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado tem novo comando. Em eleição realizada nesta terça-feira (04), o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente do colegiado. O senador Hamilton Mourão (REPUBLICANOS-RS) assume a vice-presidência, após disputar o cargo com Contarato. A relatoria da CPI ficará a cargo de Alessandro Vieira (MDB-SE), proponente da criação da comissão.
O presidente Contarato reafirmou seu compromisso com os direitos humanos, sem abrir mão de suas convicções em relação à segurança pública. “Jamais vou renunciar às minhas convicções”, declarou, mencionando seu posicionamento contrário ao regime aberto para condenados com um sexto da pena. O senador também enfatizou a importância de políticas públicas para a redução da desigualdade, como escolas de tempo integral, alimentação adequada, iluminação pública, pavimentação de estradas e saúde pública de qualidade. “A redução da criminalidade passa por isso”, afirmou, ressaltando a ausência do Estado em comunidades com altos índices de criminalidade e vulnerabilidade social.
O plano de trabalho da CPI foi aprovado, definindo requerimentos para convidar diversas autoridades a prestar esclarecimentos. Entre os nomes, destacam-se os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e José Múcio Monteiro (Defesa), além do diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor da Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa. Onze governadores de estados com altos índices de criminalidade ou referência no combate ao crime também serão chamados, incluindo os governadores Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo.
“Passou da hora da gente entender que a segurança pública é um direito de todos e dever do Estado, isso não sou eu que estou dizendo, está na Constituição Federal”, declarou Contarato. A CPI pretende verificar o comportamento de facções criminosas como o Comando Vermelho, o PCC e as milícias. “Acho que a gente tem tudo para prestar um serviço de relevância para o país”, concluiu o senador.
A CPI do Crime Organizado terá 120 dias para apurar falhas nas políticas de segurança e medidas que possam ter contribuído para o avanço de facções criminosas. A comissão ganha destaque em um momento de crescente preocupação com a segurança pública, especialmente após uma megaoperação policial no Rio de Janeiro, que resultou em um elevado número de mortos.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br
