O Comitê de Política Monetária (COPOM) optou por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, conforme anunciado nesta quarta-feira. A decisão, amplamente antecipada pelo mercado financeiro, reflete a cautela do Banco Central diante de um cenário externo ainda considerado incerto.
A Selic atingiu o patamar de 15% em julho deste ano e tem permanecido neste nível desde então. Em maio de 2024, a taxa se encontrava em 10,5%.
“O ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica”, justificou o COPOM.
Ainda sobre o contexto internacional, tensões diplomáticas recentes entre o Brasil e os Estados Unidos, em decorrência de tarifas aplicadas, somadas a negociações e encontros de alto nível entre representantes dos dois países, adicionam complexidade à análise do cenário econômico.
O Comitê ressalta que os riscos inflacionários permanecem elevados, com potenciais pressões tanto para cima quanto para baixo. Entre os fatores que podem impulsionar a inflação, o COPOM destaca a persistência de expectativas desancoradas, a resiliência dos preços de serviços e a possibilidade de uma depreciação acentuada do câmbio. No sentido oposto, uma desaceleração mais forte da atividade econômica interna ou global e uma queda nos preços das commodities são apontados como fatores de alívio.
No âmbito doméstico, o Banco Central observa sinais de moderação na atividade econômica, embora o mercado de trabalho continue demonstrando dinamismo. A inflação e seus núcleos apresentaram um ligeiro arrefecimento, mas permanecem acima da meta estabelecida para o período.
A manutenção da taxa de juros em patamar elevado, segundo o Banco Central, é uma medida compatível com a convergência da inflação à meta, sem comprometer o objetivo de estabilidade de preços, e contribui para reduzir a volatilidade da atividade econômica e do emprego.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br


