Após 43 dias de paralisação governamental, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira, uma medida que põe fim ao shutdown mais extenso da história do país. O projeto de lei assegura o financiamento federal até o término do ano fiscal de 2026 e aguarda agora a sanção presidencial, esperada para ainda hoje.
A aprovação do projeto ocorreu com 222 votos a favor, incluindo o apoio de seis democratas, e 209 votos contrários, contabilizando dois republicanos entre os opositores. O resultado representa um raro momento de acordo bipartidário após semanas de intensos debates sobre o orçamento federal.
O texto garante a continuidade dos recursos para áreas cruciais como agricultura, construção militar, programas de assistência a veteranos e as operações do próprio Congresso. Agências governamentais, incluindo o Departamento de Agricultura, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) e o Departamento de Assuntos de Veteranos, terão seus orçamentos garantidos até o final do período fiscal em vigor.
Para outras áreas, o orçamento foi estendido de maneira temporária, o que indica que um novo ciclo de discussões sobre os gastos públicos deverá ocorrer até o dia 30 de janeiro.
Adicionalmente, o projeto prevê o pagamento retroativo dos salários de servidores federais que não receberam seus vencimentos durante o período de shutdown. Também estabelece a proibição de demissões até o final de janeiro e anula as reduções de pessoal que foram implementadas desde o início da paralisação, em 1º de outubro.
De acordo com informações da Casa Branca, a expectativa é que o presidente formalize a aprovação do projeto ainda nesta quarta-feira. A porta-voz do governo declarou que o presidente “considera fundamental restaurar o pleno funcionamento do governo e garantir a estabilidade para os trabalhadores e as agências federais”.
Ao longo das semanas de shutdown, os impactos foram generalizados. A Administração Federal de Aviação (FAA) reportou a ausência de controladores em pelo menos quatro centros de controle aéreo – Albuquerque, Jacksonville, Indianápolis e Nova York –, resultando em atrasos e cancelamentos de voos. Órgãos responsáveis pela divulgação de estatísticas econômicas suspenderam a publicação de dados oficiais.
O principal foco de divergência entre os dois partidos girou em torno do orçamento alocado à Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act). Enquanto os membros da base governista defendiam cortes, a oposição se posicionou contrária, argumentando que a medida prejudicaria milhões de cidadãos americanos.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br
