A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) encerrou com a presidência brasileira destacando progressos na agenda de adaptação, novas ferramentas internacionais para implementação climática e o início das discussões sobre a superação da dependência de combustíveis fósseis.
Após o término das negociações, representantes da presidência brasileira detalharam os resultados da conferência. O embaixador André Corrêa do Lago mencionou que a COP30 começou com intensas negociações, com maior autonomia concedida aos codiretores. O pacote de adaptação, considerado um dos mais complexos, foi reduzido de mais de 100 para 59 indicadores.
A respeito do debate sobre energia, Corrêa do Lago afirmou que existiam diferentes abordagens para o plano de eliminação dos combustíveis fósseis, um tema delicado. Ele ressaltou que, mesmo sem consenso, o Brasil continuará promovendo o debate, reunindo pesquisas e ações que possam orientar os países a se distanciarem dessas fontes de energia.
A secretária-executiva Ana Toni enfatizou que a COP30 obteve consensos em áreas complexas e avançou em direção a uma agenda de implementação concreta, mantendo o compromisso com o Acordo de Paris. Ela destacou a apresentação de 120 planos de aceleração em combustíveis comerciais, carbono e indústria verde, além da aprovação de 29 documentos.
Ana Toni pontuou a importância de elevar a adaptação a um novo patamar, superando outras edições da COP, inclusive com o esforço de triplicar o financiamento internacional até 2035. Ela também mencionou a inclusão inédita de mulheres e meninas afrodescendentes na agenda climática e o fortalecimento da agenda oceânica.
A negociadora-chefe Lilian Chagas acredita que os países em situação de vulnerabilidade conseguiram unir forças. Segundo ela, o conjunto de indicadores aprovado servirá de guia para medir o progresso e direcionar políticas. Ela também anunciou o fortalecimento do Acelerador Global de Ação Climática, que atuará como um espaço permanente para impulsionar ações concretas fora das negociações formais. Outro avanço citado foi a criação de um fórum internacional para abordar a relação entre comércio e clima.
A ministra Marina Silva ressaltou que o posicionamento do presidente Lula impulsionou a agenda de mitigação, integrando-a à adaptação. Para ela, é crucial criar condições para que os países em desenvolvimento ou dependentes de petróleo possam construir suas bases para superar a dependência dos combustíveis fósseis. A ministra também mencionou o trabalho de transição para o fim do desmatamento e o TFF, um mecanismo financeiro que visa alavancar investimentos privados na proteção da floresta e biodiversidade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


