A cartilagem do joelho, crucial para o desempenho esportivo, reveste os ossos, minimizando o atrito e facilitando o movimento. Por não possuir vasos sanguíneos ou nervos, sua capacidade de recuperação é limitada, e a dor pode surgir tardiamente, quando a lesão atinge camadas mais profundas. Assim, atletas podem ter lesões de cartilagem assintomáticas, resultantes de impactos repetitivos ou cirurgias prévias no joelho. Estima-se que uma parcela considerável de atletas submetidos a procedimentos no joelho desenvolva lesões na cartilagem articular, com potencial de progressão e dor.
A persistência da dor após a cirurgia pode ocorrer mesmo com o sucesso do procedimento inicial. Uma pequena falha na cartilagem pode gerar atrito anormal e inflamação, agravados pela alta demanda mecânica do esporte. Saltos, mudanças de direção e velocidade exigem uma absorção de impacto perfeita, e a falta de integridade da cartilagem leva a dor, inchaço e travamentos. Lesões ligamentares, como a ruptura do LCA, frequentemente vêm acompanhadas de danos na cartilagem, que podem ser exacerbados por sobrecarga precoce na reabilitação, fraqueza muscular e controle neuromuscular inadequado. A progressão das lesões de cartilagem exige acompanhamento constante.
A dor pós-cirúrgica nem sempre indica falha do procedimento, mas alguns sinais merecem atenção: dor persistente nas atividades diárias, aumento do inchaço após exercícios leves, sensação de atrito no joelho, travamentos dolorosos e perda de força ou dificuldade para flexionar completamente. Nestes casos, exames de imagem específicos ou artroscopia diagnóstica podem ser necessários para avaliar a extensão da lesão.
O tratamento varia desde um simples desbridamento até implantes de membranas ou enxertos de cartilagem, dependendo da gravidade e profundidade da lesão.
Para proteger o joelho no retorno ao esporte, a reabilitação individualizada é fundamental, focando em força, alinhamento e controle neuromuscular. Isso inclui fortalecimento do quadríceps e glúteos, correção de desalinhamentos, exercícios de propriocepção e estabilidade, progressão gradual de impacto e carga, além de ajustes no calçado e no terreno de treino.
A dor persistente não deve ser negligenciada, pois pode indicar lesão na cartilagem e levar a um desgaste maior da articulação. Com diagnóstico e tratamento adequados, é possível preservar o joelho e permitir que o atleta continue praticando esportes com segurança.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br
