Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, designou o deputado Kiko Celeguim (PT-SP) como relator do projeto que busca classificar a adulteração de alimentos e bebidas como crime hediondo. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (3), após a promessa de Motta de uma resposta “energética e firme” aos recentes casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. Ele havia se comprometido a colocar a proposta em votação com a maior brevidade possível.
Na quinta-feira (2), a Câmara aprovou o requerimento de urgência para a análise do texto, que estava em tramitação no Congresso há seis anos. A proposta original, referente apenas a alimentos, foi anexada a um projeto de 2007. A expectativa é que um novo texto seja elaborado, agora incluindo bebidas, e que seja encaminhado diretamente ao plenário, sem a necessidade de passar por outras comissões.
Kiko Celeguim, o relator designado, foi prefeito de Franco da Rocha (SP), eleito em 2012 e reeleito em 2016. Atualmente, ocupa o cargo de presidente do PT de São Paulo.
O Ministério da Saúde confirmou, também nesta sexta-feira (3), um total de 127 casos de intoxicação por metanol no Brasil, somando casos confirmados e suspeitos. São Paulo concentra a maior parte dos registros, com 101 casos (11 confirmados e 90 em investigação). Há também registros em Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Até o momento, foram registradas 12 mortes, sendo 1 confirmada e outras 11 sob análise. São Paulo contabiliza 8 óbitos, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul, 1 cada.
Diante da gravidade da situação, o Ministério da Saúde anunciou medidas para combater os casos. Em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), foram adquiridas 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico, antídoto utilizado para tratar esse tipo de intoxicação.
O governo também está buscando o fomepizol, outro antídoto para intoxicações graves, mas de difícil acesso. A Anvisa foi acionada para realizar um chamamento internacional envolvendo as dez maiores agências reguladoras do mundo, incluindo Estados Unidos, União Europeia, Japão e China.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br


