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Catedral da Sé Celebra Legado de Herzog e Clama por Justiça 50 Anos Após Morte

A Catedral da Sé, no coração de São Paulo, foi palco de um ato ecumênico marcante, reunindo uma multidão para relembrar os 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura militar. O evento, promovido pela Comissão Arns e pelo Instituto Vladimir Herzog, ocorreu no mesmo local onde, em 1975, uma cerimônia inter-religiosa histórica […]

Crédito: agenciabrasil.ebc.com.br

A Catedral da Sé, no coração de São Paulo, foi palco de um ato ecumênico marcante, reunindo uma multidão para relembrar os 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura militar. O evento, promovido pela Comissão Arns e pelo Instituto Vladimir Herzog, ocorreu no mesmo local onde, em 1975, uma cerimônia inter-religiosa histórica reuniu cerca de 8 mil pessoas em desafio ao regime.

Ivo Herzog, filho de Vladimir, presente na homenagem, expressou a esperança das famílias de vítimas da ditadura por um processo legal completo. Ele enfatizou a necessidade de investigar as circunstâncias dos crimes, indiciar os responsáveis (vivos ou mortos) e submetê-los ao julgamento do Poder Judiciário.

A revisão do parecer do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Lei da Anistia de 1979 foi apontada como uma luta fundamental da sociedade. Ivo Herzog mencionou a ADPF 320, ação que trata da anistia e que aguarda a decisão do ministro Dias Toffoli há mais de oito anos. Ele criticou a demora, sugerindo uma cumplicidade com a cultura de impunidade, e pediu que a manifestação sensibilize os ministros do STF.

O Instituto Vladimir Herzog, como amicus curiae da ADPF, defende que a atual interpretação da Lei da Anistia garante a impunidade de crimes de lesa-humanidade cometidos por agentes da ditadura, contrariando tratados internacionais de direitos humanos.

O presidente em exercício Geraldo Alckmin participou da cerimônia, destacando que a morte de Vladimir Herzog foi resultado do extremismo estatal. Ele reafirmou a importância de fortalecer a democracia, a justiça e a liberdade. Questionado sobre a revisão da Lei da Anistia, Alckmin afirmou que “já demos bons passos nessa questão”.

Ivo Herzog ressaltou que a presença de Alckmin representa o compromisso do Estado com a democracia. Ele relembrou o medo que pairava sobre o ato de 1975, contrastando com a união atual entre o Estado e a sociedade na defesa da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da verdade.

Vladimir Herzog foi torturado e morto nas dependências do Doi-Codi, órgão de repressão da ditadura militar. Ele havia se apresentado voluntariamente ao órgão em 25 de outubro de 1975. Jornalistas presentes na época relatam a tortura e a simulação de suicídio.

A esposa de Herzog, Clarice Herzog, liderou as denúncias sobre o assassinato político do marido. O ato realizado na Catedral da Sé em 31 de outubro de 1975, com a participação de líderes religiosos, marcou a resistência democrática.

Jornalistas realizaram uma passeata até a Sé para participar do evento, refletindo sobre a importância de rememorar a luta contra a ditadura. O evento contou com a presença de diversas personalidades, incluindo políticos, ativistas e jornalistas, que foram aplaudidos em reconhecimento ao seu papel na defesa da democracia. A cerimônia incluiu apresentações musicais, manifestações inter-religiosas e a exibição de vídeos com imagens de manifestações e vítimas do Estado.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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