Em um mês, Belém, na Amazônia, será palco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), com início previsto para 10 de novembro e duração até o dia 21. Delegações de governos e organizações da sociedade civil de todo o mundo se reunirão em busca de soluções para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Enquanto a cidade se prepara para receber o evento, autoridades brasileiras se dedicam a alcançar consensos para a proteção do planeta.
O Secretário Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Aloisio Lopes de Melo, destacou os principais desafios do Brasil na presidência da COP30 durante um encontro com representantes de instituições científicas no Rio de Janeiro. “É uma responsabilidade enorme do governo brasileiro ser a presidência nesse momento tão crítico”, afirmou Melo.
O secretário aponta que o Brasil assume a presidência em um contexto global complexo, marcado por conflitos políticos e bélicos. Ele ressalta a necessidade de fortalecer o multilateralismo, com ênfase no Acordo de Paris, que busca limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. “Tem que mostrar que é necessário, para uma ação de enfrentamento da mudança do clima, um esforço coordenado internacionalmente”, enfatizou.
Outro desafio crucial é aumentar a ambição dos países em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), compromissos voluntários para conter o aumento da temperatura. Melo informou que cerca de 50 nações entregaram suas NDCs, enquanto aproximadamente 100 apresentaram compromissos.
O financiamento para ações climáticas é outra preocupação central, com a necessidade de mobilizar US$ 1,3 trilhão até 2035. As discussões envolvem ministros da Fazenda de diversos países, buscando definir como esse montante será destinado à pesquisa, desenvolvimento, inovação e implementação de medidas, especialmente nos países em desenvolvimento.
A COP30 também deverá marcar um avanço nas discussões sobre adaptação aos impactos das mudanças climáticas, tema considerado prioritário pelo Brasil. Espera-se que a conferência aprove um marco de indicadores de adaptação, com base em uma proposta de 100 indicadores globais.
A transição energética justa é outro tema sensível e complexo. Há um acordo entre os países para o afastamento dos combustíveis fósseis, o aumento do uso de energias renováveis e a duplicação da eficiência energética. O Brasil defende um acordo internacional com indicadores para lidar com as questões socioeconômicas e fiscais relevantes para os países produtores de combustíveis fósseis.
O combate ao desmatamento e à degradação florestal também será abordado na COP30, com o Brasil como um dos aportadores do Fundo Tropical das Florestas (TFFF). Além disso, o evento buscará aprofundar o conhecimento sobre a interação entre oceanos e clima.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


