A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou os progressos alcançados durante a COP30, realizada em Belém desde o início de novembro, embora reconheça que desafios ainda precisam ser superados. Em discurso na plenária de encerramento, a ministra avaliou: “Progredimos, ainda que modestamente”.
A fala de Marina Silva foi recebida com grande emoção e aplausos de pé por cerca de dois minutos. Após convidar os presentes a refletirem sobre seus compromissos desde a Rio 92, a ministra declarou: “Mesmo que aquelas versões de nós mesmos nos dissessem que não fomos tão longe quanto imaginávamos e seria necessário reconhecer que há algo fundamental: ainda estamos aqui. E que sigamos persistindo no compromisso de empreender a jornada necessária para superar nossas diferenças e contradições no urgente enfrentamento da mudança do clima”.
A presidência brasileira da COP30 conseguiu fechar um acordo climático que aumenta o financiamento para nações pobres que enfrentam os impactos do aquecimento global. No entanto, o acordo omite qualquer menção aos combustíveis fósseis, considerados os principais impulsionadores do aquecimento global.
“Em que pese ainda não ter sido possível o consenso para que esse fundamental chamado entrasse entre as decisões dessa COP, tenho certeza de que o apoio que recebeu de muitas partes da sociedade fortalece o compromisso da atual presidência”, afirmou a ministra.
Marina Silva destacou o reconhecimento do papel dos povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes. “Transição justa ganhou corpo e voz na presença desses segmentos”, ressaltou.
A ministra também mencionou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um mecanismo inovador que valoriza aqueles que conservam e mantêm as florestas tropicais. Outro avanço citado foi o texto do Mutirão Global, que, segundo Marina Silva, abre “uma porta importante para o avanço da adaptação com o compromisso dos países desenvolvidos de triplicar o financiamento até 2035”.
Até o momento, 122 países apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) com compromissos para reduzir emissões até 2035. A NDC é o plano de ação climática que cada país envia à Organização das Nações Unidas (ONU), detalhando os compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar às mudanças climáticas.
“Muito obrigada por visitarem a nossa casa, o coração do planeta. Talvez não tenhamos recebido como vocês merecem, mas recebemos da forma como nós achamos que é o nosso gesto de amor à humanidade e ao equilíbrio do planeta”, concluiu a ministra.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


