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Educação No Brasil: Desigualdade Estrutural Perpetua Herança de Classe, Aponta Especialista

Especialista da Fundação Santillana aponta que a superação das disparidades na aprendizagem no Brasil passa pela desconstrução da “naturalização das desigualdades”. Para ele, é crucial compreender os processos que resultam em desempenhos insatisfatórios nas escolas. A persistência da desigualdade é um entrave histórico, conforme ressalta o especialista, ecoando as palavras de Joaquim Nabuco sobre os […]

Crédito: agenciabrasil.ebc.com.br

Especialista da Fundação Santillana aponta que a superação das disparidades na aprendizagem no Brasil passa pela desconstrução da “naturalização das desigualdades”. Para ele, é crucial compreender os processos que resultam em desempenhos insatisfatórios nas escolas.

A persistência da desigualdade é um entrave histórico, conforme ressalta o especialista, ecoando as palavras de Joaquim Nabuco sobre os legados da escravidão. Ele enfatiza que a educação deve ser um direito universal, não um privilégio de classe.

Dados revelam disparidades alarmantes: em 2023, apenas 2,4% dos jovens dos 20% mais pobres alcançaram aprendizado adequado em matemática e português no 3º ano do ensino médio, enquanto entre os 20% mais ricos, o índice foi de 16,3%. A pesquisa que aponta esses dados é o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025.

As diferenças se acentuam ao analisar recortes como áreas urbanas e rurais, com disparidades que podem chegar a 20 pontos percentuais. A questão racial e a situação nas áreas rurais são apontadas como pontos críticos para promover a equidade na educação. A população negra enfrenta desvantagens persistentes, e o campo, apesar de concentrar 12% das matrículas nacionais, sofreu o fechamento de 16 mil escolas municipais entre 2014 e 2024.

Políticas afirmativas no ensino superior são citadas como exemplo de ferramenta eficaz para combater a desigualdade, proporcionando oportunidades para jovens negros, de escolas públicas e de baixa renda.

O especialista também alerta que a questão do aprendizado insuficiente não se restringe à rede pública. Mesmo escolas privadas, incluindo aquelas frequentadas pelos 20% mais ricos, apresentam resultados preocupantes.

Apesar dos desafios, o Brasil alcançou avanços significativos na inclusão, com altas taxas de matrícula na pré-escola e patamares próximos à universalização nos anos finais do ensino fundamental. O país possui um potencial extraordinário, com 47 milhões de matrículas na educação básica e uma vasta rede de docentes, além de programas como distribuição de livros didáticos, transporte e merenda escolar.

No entanto, persistem carências como financiamento adequado, reconhecimento da diversidade regional e valorização da carreira docente. A precarização da profissão, com 49% dos docentes das redes estaduais sob contratos temporários, impacta negativamente o sistema. É essencial que a política educacional reconheça a diversidade regional, valorizando-a como um ativo para a vida escolar, em vez de impor uma padronização que ignora as particularidades locais.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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