A pressão para ser mãe, intensificada pela diminuição da fertilidade com o avanço da idade, pode levar mulheres a decisões precipitadas, como a maternidade em relacionamentos instáveis. Essa situação, comum, pode resultar em filhos ligados para sempre a parceiros emocionalmente indisponíveis ou em relações disfuncionais.
O congelamento de óvulos surge como uma solução para interromper esse ciclo. Ao preservar a fertilidade na idade atual, a mulher ganha tempo para decidir sobre a maternidade, sem a urgência de formar uma família imediata.
O processo, conhecido como criopreservação de oócitos, envolve estimulação ovariana, coleta e congelamento dos óvulos em nitrogênio líquido. Esses óvulos podem ser utilizados anos depois, com taxas de sucesso maiores do que se a gravidez fosse tentada naturalmente em idade mais avançada.
Além de um tratamento médico, o congelamento de óvulos oferece planejamento reprodutivo, emocional e financeiro. Permite à mulher decidir se espera por um parceiro mais compatível ou se opta pela monoparentalidade.
O número de mulheres buscando o congelamento de óvulos tem crescido, e muitas clínicas oferecem programas específicos, com pacotes acessíveis e acompanhamento psicológico.
Recomenda-se o congelamento até os 35 anos, quando a qualidade dos óvulos é maior. Após essa idade, o procedimento ainda pode ser considerado com base em exames como o hormônio antimülleriano (AMH) e ultrassom.
Estudos indicam que mulheres que congelam óvulos demonstram menor ansiedade em relação à maternidade e maior satisfação com as decisões tomadas a longo prazo, independentemente do uso futuro dos óvulos.
Embora não garanta a gravidez futura, o congelamento de óvulos representa uma alternativa segura e validada para ampliar as escolhas femininas.
Em um cenário onde se espera que a mulher equilibre carreira, vida afetiva e maternidade em prazos irreais, o congelamento de óvulos surge como uma ferramenta de liberdade, oferecendo planejamento com menos culpa, mais consciência e proteção emocional. Mais do que fertilidade, trata-se de autonomia, saúde mental e liberdade. O congelamento de óvulos é um ato de autocuidado e, em muitos casos, a melhor defesa contra relacionamentos prejudiciais.
Dra. Stephanie Majer, CRM SP 174028 RQE 393260, é graduada em Medicina e especialista em Reprodução Humana.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br


