Um estudo recente aponta avanços significativos na conclusão do ensino fundamental e médio no Brasil na última década, impulsionados por maior inclusão. No entanto, a pesquisa também revela disparidades persistentes, fortemente influenciadas pela renda e pela raça.
A análise comparou os índices de conclusão da educação básica na idade adequada (16 anos para o fundamental e 19 para o médio) entre 2015 e 2025, utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os resultados mostram um aumento notável na conclusão do ensino fundamental, passando de 74,7% em 2015 para 88,6% em 2025, um crescimento de 13,9 pontos percentuais. No ensino médio, o avanço foi ainda mais expressivo, saltando de 54,5% para 74,3%, com um aumento de 19,8 pontos percentuais.
A pesquisa destaca que a renda é o fator mais determinante na conclusão do ensino médio. A diferença na taxa de conclusão entre os 20% mais pobres e os 20% mais ricos diminuiu, mas permanece considerável. Em 2025, a taxa de conclusão entre os 20% mais pobres era de 60,4%, enquanto entre os 20% mais ricos atingia 94,2%.
A raça ou cor também se mostra um fator importante. Em 2025, a taxa de conclusão para estudantes brancos/amarelos era de 81,7%, enquanto para estudantes pretos, pardos e indígenas (PPI) era de 69,5%.
A pesquisa também revela disparidades regionais significativas. As regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores evoluções na década, mas suas taxas de conclusão ainda estão distantes das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
O estudo indica a necessidade de ampliar e acelerar os esforços para evitar a evasão escolar e o atraso na conclusão dos ciclos de ensino. Entre as soluções consideradas estão a ampliação de políticas de apoio à continuidade de estudos, políticas de complementação de renda e o uso do ensino integral como política pedagógica de fomento.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


