O governo americano iniciou, neste sábado (11), demissões de servidores federais, em meio a uma paralisação parcial do sistema público que já se estende por dez dias. A medida, anunciada pela Casa Branca, integra a estratégia do presidente Donald Trump para pressionar o Congresso a encerrar o chamado shutdown, provocado pela falta de aprovação do orçamento federal. Segundo o governo, mais de 4 mil funcionários de sete agências, incluindo Saúde, Educação e Tesouro, foram notificados sobre o desligamento.
A paralisação governamental ocorre quando o Congresso não aprova o financiamento essencial para o funcionamento da administração pública. Desde 1º de outubro, com o término do prazo para aprovação orçamentária, parte das atividades do governo federal está suspensa. Trump atribui o impasse aos democratas, acusando-os de bloquear propostas de financiamento apresentadas por sua administração.
Na sexta-feira (10), a Casa Branca confirmou o início dos cortes, em linha com a promessa do presidente de enxugar a máquina pública e reduzir a força de trabalho federal. Além das demissões, o governo indicou que cerca de 750 mil servidores serão colocados em licença forçada. Ainda não há clareza sobre os setores mais impactados, mas há relatos de cortes em áreas como saúde, assistência social, educação, comércio, energia, segurança interna e no próprio Tesouro.
Entre os órgãos afetados, destacam-se o Departamento de Educação e os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC). O Departamento de Educação, que contava com aproximadamente 4.100 funcionários no início do ano, já havia reduzido sua equipe quase pela metade antes da paralisação. No caso dos CDC, dezenas de pesquisadores foram desligados, recebendo cartas de demissão por e-mail informando que suas funções eram consideradas “desnecessárias” ou “redundantes”.
O impasse teve início quando os democratas do Senado bloquearam repetidas vezes as propostas dos republicanos para liberar os fundos federais. Paralelamente, o projeto de orçamento apresentado pelos democratas, que previa aumento de verbas para a saúde, também não obteve apoio suficiente. Sem acordo, a Casa Branca ordenou que as agências apresentassem planos de redução de pessoal, ampliando o alcance das demissões.
Em paralisações anteriores, os funcionários federais eram dispensados temporariamente, sendo reintegrados após o fim do shutdown. Desta vez, o governo optou por demissões definitivas, uma medida considerada mais drástica que as adotadas em crises passadas. Mesmo os servidores que não perderam seus empregos estão sem receber salários. Enquanto isso, Trump busca transformar a crise em vantagem política, afirmando que pretende “cortar programas populares entre os democratas” e “dar aos adversários um pouco do seu próprio remédio”.
Fonte: bandnewstv.uol.com.br


