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Yanomami: “Enquanto estivermos aqui, o céu não cairá”

Na pré-estreia do documentário “A Queda do Céu”, Davi Kopenawa, autor do livro homônimo, refletiu sobre a Terra Indígena Yanomami, sua cosmologia e a luta contra invasores e pressões externas. A exibição ocorreu em Belém, em paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). “Enquanto estivermos aqui o céu não cairá”, declarou […]

Crédito: agenciabrasil.ebc.com.br

Na pré-estreia do documentário “A Queda do Céu”, Davi Kopenawa, autor do livro homônimo, refletiu sobre a Terra Indígena Yanomami, sua cosmologia e a luta contra invasores e pressões externas. A exibição ocorreu em Belém, em paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

“Enquanto estivermos aqui o céu não cairá”, declarou o líder yanomami, referindo-se tanto ao céu da cosmologia de seu povo – dimensão de equilíbrio mantida pelos xamãs – quanto ao papel dos povos originários no enfrentamento das mudanças climáticas, causadas pelos “napëpë” (estrangeiros).

A primeira exibição pública nacional do filme ocorreu na 10º Mostra de Cinema da Amazônia. O documentário retrata a cultura yanomami através do ritual de luto Reahu, após a morte do sogro de Kopenawa, um xamã guardião de conhecimentos ancestrais.

Kopenawa lembra que o trabalho dos Yanomami na preservação da floresta remonta à década de 1970, quando a abertura da Perimetral Norte (BR-210) intensificou as invasões ao território. Após a morte do antigo xamã, Davi Kopenawa assumiu o papel de guardião do conhecimento e líder na proteção dos quase 28 mil yanomamis que vivem na região entre Roraima, Amazonas e a fronteira com a Venezuela.

Segundo Kopenawa, o documentário “A Queda do Céu” tem o potencial de disseminar a sabedoria indígena sobre o funcionamento do mundo e unir indígenas e não indígenas em um esforço conjunto para a preservação do planeta.

A equipe do documentário contou com profissionais yanomami, que contribuíram na criação, fotografia, captação de som e construção da narrativa. Durante a pré-estreia, a artista e escritora yanomami Ehuana Yaira denunciou a violação dos direitos das mulheres indígenas.

A 10ª Mostra de Cinema da Amazônia, que exibe diversos títulos nacionais, promove debates e painéis sobre a urgência climática. Os filmes são exibidos em diversos locais, com entrada gratuita. Entre os convidados estão a ativista Txai Suruí e o cineasta Takumã Kuikuro. O objetivo é promover o cinema como instrumento de transformação social, especialmente entre jovens e crianças.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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